4 de julho de 2006

falso lugar #041



eis o lugar
da secura súbita dos rios

o deserto estridente
das horas

onde a palavra
se apaga

e os lábios
talham

o novíssimo nome
da morte

eis o tempo
que se esconde
no tempo

a paisagem falsa
da noite
iluminada

o rosto assassino
a mão que esmaga
a luz

no frágil ofício
da doçura

eis o amor
o secreto sangue

no incêndio
dos espelhos

a cinza solta
sobre a ilusão

dos pássaros

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